domingo, 13 de junho de 2010



Suicídio

Cá estou sozinha sobre meu gesto...
sem saber ao certo
se o tempo se prolonga
em respeito a minha condição
ou se minha condição é que se degrada
pelo prolongamento do tempo.

Os pormenores que o compõem
são letárgicos; não corrompem
não arrebatam nem revelam
apenas aguardam... o esquecimento ou o perdão.

Cá estou sozinha sobre meu gesto
decidida a não mais dispor
da inocência das penumbras
da desordem reacional das febres
e da clara inutilidade dos verbos
que se perfilam servis.

Que importa o destino da frase
e a força conjugada do verbo
se o que teria que ser não foi.
O que importa o tempo
e a delicadeza com que dizes não
se estou vestida de toda nudez,
bebendo paradoxos seculares
para confessar em metáforas
que cansei de esperar por ti.

Denise Reis

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