sábado, 12 de junho de 2010




ORIGEM

É da raiz de teus horizontes
Que nascem os dias
E translúcidos voam
Para semear luz na terra nua.

É do teu sangue que as cores afloram
Destilando silêncios,
Sufocando vozes, repousando fúrias
Entorpecendo saudades...

É dos teus olhos
Que florescem os segredos
E ardentes cobrem as noites
Cristalizadas em beijos.

É com teu indecifrável enlevo
Que os enigmas se explicam
Que a lucidez cinge saudades
E os sonhos viram canções...

É das tuas entrelinhas
Que a eternidade procede
Entre palavras baldias e fulminantes virgulas
Sulcando orações ainda não murmuradas.


É com tua vigorosa foice
Que os desejos ganham descanso
Estampando flores
Com futuros recém colhidos...

Sim, é com as lâminas do poema
Que o tempo abre doces caminhos
Por onde anônimas transitam
As eloqüências súbitas do amar...

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